segunda-feira, 30 de junho de 2008

Arrependimento...

Hoje estava ocupada a arrumar a cozinha quando me lembrei de um comentário feito em relação a um poema. O poema é este:

Crescer

"Digo a verdade nua, crua
Como ela é ...
Sonhei com o futuro....
Arrependi-me do passado
Vivo presente....
Temo o que está pra vir....
E por vezes aquilo que passou...
Mas algo é certo, mantenho a saudade
A esperança
A ingenuidade
Perdi o corpo
A alma
As brincadeiras...
Tristemente admito...
Não sou a mesma...
Não consigo...
Vontade não falta...
Tempo também...
Porém o tempo passou...
Dono e senhor da razão...
A criança cresceu...
O meu sonho voou
E tudo o que resta
É aquilo que hoje sou."

Samanta Cardoso


imagem de WCS-Wildcat do deviant art

A pessoa que o leu é muito minha amiga e disse-me que a única coisa que não achava que estava bem no poema era o arrependimento, ela não se arrependia de nada do que tinha feito, naquele dia concordei com ela, hoje não. Dei por mim a pensar nas coisas que me arrependia. Achei por bem escrever algumas visto que muitas delas será a primeira vez que o faço.

Arrependo-me de ter ser má, ingénua, invejosa, solitária, arrependo-me de ter conhecido o meu tio e um rapaz chamado Manuel, arrependo-me de ser como sou, arrependo-me de não conseguir mudar, arrependo-me de não ter vida para além de palavras, arrependo-me de ter participado num concurso o ano passado e este ano noutro, arrependo-me de ser faladora, arrependo-me de não gostar de espelhos, arrependo-me de magoar aqueles que me amam, arrependo-me de desejar desaparecer.
Arrependo-me de ter medo, medo de magoar, de ser magoada, medo de tocar, medo de ser tocada, medo de me apaixonar, medo dos apaixonados, medo de agulhas, medo de estar acompanhada de pessoas.

Eu, eu arrependo-me...

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